A cozinha é o lugar mais reconfortante da casa porque nele encontramos alimento para o corpo e para a alma. Deixe a Natureza entrar na sua e esqueça os produtos feitos pela indústria alimentícia em geral, que não coloca amor nesse ato nem está preocupada com a saúde do seu organismo e o de sua família!

Esse é um dos segredos de manter o bem-estar - não entregue essa função vital a terceiros - ponha a mão na massa, deixe a preguiça de lado e estabeleça como prioridade fazer a comida que vai mantê-lo longe das doenças!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A essência calorosa do gengibre

A parte do gengibre que usamos na culinária e como medicamento não é uma raiz nem um tubérculo, mas um rizoma (caule duro, grosso e subterrâneo), como podemos observar na gravura.


O chá de gengibre, feito com pedaços do rizoma fresco fervido em água, é usado no tratamento contra gripes, tosse, resfriados e problemas na garganta, por sua ação antisséptica e bactericida; por isso, também o destacamos como poderoso auxiliar na prevenção e cura das doenças trazidas pelo frio do inverno.
Compressas quentes de gengibre diminuem a congestão nasal, sendo perfeitas para aliviar a dor causada pela sinusite.
Mas antes do estrago feito, melhor utilizá-lo na alimentação como preventivo e estimulante.
Um pedacinho cru de gengibre pode ser adicionado ao suco verde; seu sumo é ideal para temperar molhos que não vão ao fogo.
É possível imaginar beber um quentão que não tenha gengibre como ingrediente?
Ele perfuma biscoitos, bolos e pães. além de sopas e cozidos.

Sopa de Batata-doce com Gengibre

Ingredientes

uma CS de manteiga orgânica (ou azeite de oliva)
a parte branca de 2 alhos-poró, cortados verticalmente em fatias finas
uma cc de gengibre fresco picado
1/2 cc de gengibre desidratado
3 xícaras de batatas-doces (ou inhames) descascadas e cortadas em pedaços (cerca de 400 g)
3 1/2 xícaras de água
uma cc de sal marinho
3/4 de xícara de leite de aveia
noz moscada e pimenta branca a gosto

Como fazer

Derreta a manteiga ou aqueça o azeite numa panela de sopa em fogo baixo. Acrescente o alho-poró e misture, agregando um pouco de água se começarem a secar, até que fiquem macios. Junte o gengibre fresco e cozinhe por mais ou menos um minuto.

Acrescente as batatas-doces, a água e o sal, aumentando o fogo e levando à fervura. Reduza o fogo, cubra parcialmente a panela e cozinhe por 20 a 30 minutos até que as batatas estejam no ponto.

Bata a sopa num processador (ou liquidificador). Ponha de volta numa panela e jogue o leite de aveia dentro. Tempere a gosto com a noz moscada, a pimenta branca, o gengibre desidratado e o sal. Reaqueça até que comece a ferver, retire do fogo e sirva. Se quiser, guarneça cada tigela de sopa com cebolinha crua picada, uma colher de iogurte natural ou creme de leite vegetal.

Serve 4 porções.

Obs.: É possível também servir a sopa gelada, mas com esse frio, quem vai querer experimentar agora essa opção?


Aproveitem para utilizar as dicas do post Fortalecendo a energia vital no inverno.

Haja energia pra segurar todo esse frio! Brrrrr...

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Oficialmente, começou o inverno!


Uiiiiii, que frio! Sair da cama às 6 horas de uma manhã de inverno não é nada fácil!
Abandonar o abrigo das cobertas quentinhas e encarar o vento frio que geme lá fora é tarefa para quem tem coragem (ou precisa criá-la, por necessidade). É o nosso caso, aqui em casa: minha caçula tem que ir à escola e acordo com ela para preparar sua primeira refeição, além de acompanhá-la até a porta - gosto de vê-la desaparecer na curva da rua e enviar uma oração que a proteja.

Na estação mais fria do ano, proteção é uma palavra muito importante: usamos roupas grossas de lã, mantas, luvas, gorros, nos agasalhamos e nos defendemos da onda gelada que toma conta do ambiente. Quase todo mundo acaba pegando uma gripe ou resfriado e as emergências dos hospitais já estão superlotadas devido às doenças respiratórias - o aparelho respiratório é o mais atingido pela umidade e pelo frio, pela súbita mudança de temperatura que o inverno traz consigo.

A alimentação, além de nos nutrir, é também uma ferramenta que nos protege das doenças e que age como prevenção, se for saudável e equilibrada. É um hábito simples, que funciona, embora a maioria das pessoas pense que só sejam válidos procedimentos mais complicados e sofisticados.

Um dos alimentos que atua dessa forma é o alho, ainda mais se for ingerido cru. "O valor terapêutico e nutricional do alho não provém apenas da evidência empírica sedimentada nos milhares de anos de uso na história da humanidade, mas também de pesquisas científicas irrefutáveis."

Há vários relatos históricos desse poder:

O alho era usado como remédio desde 3000 anos antes de Cristo, pelos babilônios, chineses, gregos e romanos. Plínio, médico e naturalista romano, dizia que existiam 61 afecções que podiam ser tratadas eficientemente com ele (recomendava, enfaticamente, no tratamento de doenças pulmonares). De acordo com o Talmud, o hábito de comer alho ilumina o rosto, melhora a circulação e mantém o corpo aquecido, destruindo os parasitas. Os russos e os turcos usaram o alho durante séculos, no tratamento de febres e gripes. Na Irlanda, a bronquite crônica era tratada com ele. Na Primeira Guerra Mundial, as Forças Armadas britânicas usavam o suco de alho diluído com água aplicado diretamente sobre os ferimentos dos soldados, impedindo a infecção. O mesmo método era praticado pelos médicos das Forças Armadas russas, durante a Segunda Grande Guerra.
Dizem também que o alho é um afrodisíaco - por essa atribuição, algumas religiões hindus condenam o seu consumo, provavelmente porque interfeririam no estado contemplativo, sem passionalidade, necessário à prática delas.

Aqui, o relato científico:

"Para um resfriado simples ou uma infecção, o composto de alicina do alho é um antibacteriano comprovado que melhora de fato. Há também evidências indicando que o composto de enxofre presente no alho suprime a síntese do colesterol no fígado, reduzindo assim o risco de ataques cardíacos. O alium do alho ativa as enzimas do corpo que combatem o câncer, podendo ainda estimular as células do sistema imunológico que combatem tumores. Também baixa a pressão sanguínea e afina o sangue, evitando coágulos."

Mas antes de ser um remédio, o alho é um alimento, que se ingerido com regularidade, pode nos afastar de problemas com a saúde.


Podemos consumi-lo acompanhando saladas, picado bem fininho e em pouca quantidade, pois como tem um sabor peculiar, tende a sobrepor-se aos sabores sutis dos vegetais.

Fica delicioso no preparo de brócolis: cozinhar as flores no vapor, refogar ligeiramente dentes de alho no azeite de oliva e verter a mistura sobre elas.

Um lanche energético: untar duas fatias de pão integral com manteiga de boa qualidade, espalhar generosamente fatias de alho, algumas fatias de tomate e temperar com cebolinha picada e orégano. Se não quiser usar manteiga, use azeite de oliva.

É também um importante ingrediente dos sucos verdes.

Deixar um dente de alho de molho em um copo de água durante a noite e beber essa água pela manhã é uma excelente ideia para expulsar os vírus do seu caminho - os vampiros, tradicionalmente, não são afastados ao ver uma réstia de alho? Eis uma interessante metáfora de como afastar o mal (doença) da sua vida!

E para afastar o hálito forte que fica após comer o alho cru, mastigue folhinhas de hortelã ou de salsa (clorofila), um grão de coentro ou anis; nas mãos, use suco de limão.


Pasta de Alho Extraforte

Ingredientes

uma xícara de azeite de oliva
toneladas de ervas frescas variadas (cebolinha, estragão, manjericão, tomilho, salsa, manjerona e as folhas internas do aipo)
1/2 xícara de dentes de alho frescos, descascados

Como fazer

Minture bem os ingredientes no liquidificador. Prefiro bater até que as ervas e o alho estejam picados em pequenos pedaços, em vez de deixar que a mistura vire uma pasta.

Espalhe em pão fresco, assado na hora - imperdível! Faça uma sopa de sua preferência e sirva o pão e a pasta como acompanhamentos. Se precisar armazenar essa mistura, adicione vinagre, para reforçar sua acidez. Mas o melhor é consumi-la logo.

Rende, aproximadamente, 1 1/2 xícaras.

Fontes de consulta:

O Livro da Culinária Feng Shui - Elizabeth Miles
Vida Natural - O Alho - Marco Natali
Artes Esquecidas - Lynn Alley

terça-feira, 21 de junho de 2011

Confiança - artigo em extinção?

Falando ainda sobre o ocorrido na Alemanha, com a superbactéria E. coli que, conforme artigo mostrado em post anterior, não existiria na Natureza, mas teria sido "fabricada"... sendo esse blog seguidor do vegetarianismo e defendendo o consumo de alimentos vivos, considero que tal assunto tem que ser bem explorado e divulgado.

Dúvidas e conspirações à parte, em primeiro lugar, gostaria de salientar que procuro me manter imparcial nas questões que abordo - naturalmente, sempre há uma tendência a defender nosso ponto de vista, mas o verdadeiro jornalismo é aquele que mantém a imparcialidade, mostra os fatos e deixa o leitor julgar (mesmo que seja um texto opinativo, espera-se que o leitor encontre subsídios para formar seu julgamento) e mostra, igualmente, os dois lados da moeda.

A produção orgânica tem se desenvolvido rapidamente nos últimos anos e um dos motivos disso é a divulgação, cada vez maior, dos malefícios causados pelo uso de agrotóxicos. O consumidor, sabendo agora que é intoxicado, busca alternativa do alimento orgânico, sem o uso de pesticidas. Obviamente, isso não agrada ao agronegócio, pois significa que a concorrência está em alta e como no mundo capitalista, ser o primeiro é ser o melhor, a questão acaba transformando-se numa guerra, onde nem todas as armas podem ser visualizadas (muitas batalhas são travadas em segredo).
O que ocorreu na Alemanha não ficou devidamente provado - as pesquisas pararam em uma fazenda (não identificada oficialmente) que cultivava brotos de feijão, entre outros produtos - antes disso, outros produtores foram erroneamente acusados, o que levou a instalação do pânico entre consumidores de orgânicos (nota-se aqui que só a PRODUÇÃO ORGÂNICA de alimentos foi alvo de acusações...) e a consequente paralisação do consumo: comer uma salada de alface, tomates e pepino passou a ser um risco de vida!

Os alimentos orgânicos são benéficos por não conter agrotóxicos.
Mas isso não impede que contenham bactérias, protozoários, fungos, restos de insetos, terra contaminada etc e etc.
Para eliminar tais inconvenientes há procedimentos simples:

1) o cozinheiro que irá manipular os alimentos deve estar com as mãos limpas (com ênfase de limpeza sob as unhas), assim como o local onde irá ser produzida a alimentação, bem como os utensílios utilizados; secar as mãos com papel toalha, pois os panos de prato acumulam bactérias com facilidade;

2) não usar lixeira de pia, pois ela aproxima as bactérias dos alimentos;

3) utensílios de madeira são excelente moradia para bactérias - as melhores tábuas para corte são as de vidro;

2) as verduras devem ficar de molho em água e vinagre, pelo menos 30 minutos (no caso de orgânicos, pois agrotóxicos não são eliminados nesse processo);

3) frutas e legumes devem ser higienizados com uma escovinha, sob água corrente e também podem ser deixados de molho;

4) quanto aos brotos, o ideal é produzi-los em casa - consiga sementes de boa procedência e coloque-as para germinar e brotar.

Ao falar em "boa procedência, entro na questão da confiança: palavra que está perdendo seu sentido, já que numa relação comercial cada vez torna-se mais difícil saber se podemos confiar na pessoa ou empresa que irá nos vender algum produto!

Mesmo os produtos orgânicos não estão livres da possibilidade de nos enganarem ou de não serem devidamente manipulados, cultivados ou qualquer outra fase do processo que acontece antes de chegarem às nossas mãos. Qualquer produto tem que ser bem analisado antes de ser adquirido (e isso não é só na área dos alimentos, concordam?). Não vivemos mais numa cidadezinha onde todos se conheciam e o leiteiro, o padeiro, o agricultor eram nossos vizinhos e amigos e jamais pensariam em nos prejudicar... Vivemos numa sociedade onde o lucro é a questão primordial - ética, amizade, confiança, honestidade foram preteridas e jogadas para posições secundárias.

Então, cada vez mais, você tem que ser um consumidor responsável! Não é o caso de tornar-se paranóico, mas cuidadoso, bem informado, consciente de que todos querem vender e a maioria, joga sujo, ou seja, não está interessada em algum prejuízo que seu produto possa causar. Se você ainda se comove com aqueles comerciais lindos e apelativos, que mostram toda a preocupação das empresas com o bem-estar da sua família, enxugue as lágrimas e pense que enquanto lidam com a sua emoção, tais empresas tornam-se mais poderosas e manipuladoras. Naturalmente, toda regra tem a sua exceção - mas as exceções você só vai distinguir se desenvolver um senso crítico.

Mesmo sendo macaca velha na busca de bons produtos e na leitura de rótulos, às vezes, cometo falhas... por exemplo: comprei numa loja que anuncia comercializar apenas produtos orgânicos (o que já me fez entrar ali menos desarmada e mais relaxada) um chá de capim limão, melissa e maracujá; a embalagem era linda, a imagem do rótulo, pastoral e trazendo a inscrição "orgânico" bem destacada. Como estava apressada não li todo o rótulo (além disso não havia trazido minha lupa, ferramenta imprescindível para fazer essa leitura, já que as informações mais relevantes são escritas em letras propositalmente minúsculas), comprei o tal chá.
Em casa, aguardando a água ferver para tomar um chazinho antes de dormir, li todo o rótulo e com as tais letrinhas minúsculas, informavam que o maracujá era um "ingrediente não orgânico"!
Fiquei indignada, mas depois, mais calma (até pela ação do chá, que acabei tomando), tive que confirmar minha posição de que não dá para confiar, de olhos fechados, em ninguém que comercializa - aquele papo de que "as galinhas que põem nossos ovos não comem ração e não são confinadas, não usamos agrotóxicos na nossa plantação, não plantamos soja transgênica e outras afirmações" podem ser equivalentes à conversa mole da indústria alimentícia, que afirma que "a química que usamos em nossos produtos não faz mal à saúde (como a gordura hidrogenada que levou anos até ser, finalmente, condenada)" e por aí...
                                                                     Olha o "chá orgânico fake" aí...

Em resumo: orgânicos ou não, os alimentos devem ter sua fonte analisada, pois quanto mais você conhecer quem produz e manipula, melhor; vale sempre comprar produtos de sua região, frequentar pequenas feiras, estreitar laços com que lhe fornece - isso também conta para os locais onde você faz suas refeições.
E plante temperos em vasinhos, produza brotos, faça o pão, cozinhe em casa - as pessoas queixam-se de falta de tempo para fazer isso, mas preferem ir a um shopping center, superlotado, com péssimo atendimento pelo excesso de pedidos, esperar em filas imensas, para comer junkie food e acham que isso é lazer!

Finalizando, seguem duas mátérias falando sobre o caso da E. coli europeia; a primeira, de edição do jornal Zero Hora, de 17/06/11, considerando que os brotos não são os vilões e a segunda, da Revista Veja, publicada na edição desta semana, sentando o pau na produção agrícola orgânica.
Leiam e tirem suas próprias conclusões.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

A glorificação da soja


Esse artigo informa que doenças relacionadas à tireóide estão proliferando na população e dá dicas de alimentação natural para contornar o problema.

Doenças na tireóide

As desordens na tireóide já atingem mais de 200 milhões de pessoas no mundo todo, e podem ou não vir associadas a outras doenças. O tratamento na maioria das vezes é baseado em reposição hormonal, mas a alimentação natural também tem papel importante na melhora e na prevenção do problema.

É impressionante como tem aumentado o número de casos de pessoas com distúrbios na glândula tireóide. Para se ter uma ideia melhor, hoje já são mais de 200 milhões de pessoas com esse problema em todo o mundo. E a maioria dos casos acontece entre mulheres em pós-menopausa, com mais de 50 anos. O problema também pode vir associado a vitiligo, síndrome de Down, diabetes tipo 1, depressão, doença celíaca e câncer de mama (1).

O distúrbio na tireóide mais comum é o hipotireoidismo. Caracterizado pela diminuição na produção/ação dos hormônios T3 e/ou T4, ele pode ser causado por: predisposição genética, tireoidite de Hashimoto (doença auto-imune), desordens no hipotálamo (glândula responsável pela produção de hormônio tireoestimulante - TSH), ou também pode aparecer como consequência do tratamento do hipertireoidismo (doença caracterizada pela aceleração das funções da tireóide). No hipotireoidismo há uma diminuição da taxa metabólica, ao contrário do que acontece no hipertireoidismo (2).

O tratamento para a maioria desses casos é baseado em medicamentos para reposição hormonal, sendo que no hipertireoidismo pode ser necessária uma interferência cirúrgica antes.
Mas além do tratamento médico, é importante lembrar que uma alimentação natural adequada pode tanto potencializar os efeitos do tratamento como ajudar a prevenir esses distúrbios.

Confira as dicas:

- alimentos ricos em selênio – além da ação antioxidante e facilitadora do processo de eliminação de metais pesados do organismo, o selênio também compõe as desiodinases I e II (selenoproteínas responsáveis pela conversão do hormônio T4 em T3). Estudos mostram que o tratamento de casos de tireoidite de Hashimoto tem uma redução significativa dos processos inflamatórios na presença do selênio. O alimento mais rico em selênio é a castanha do pará (ou castanha-do-brasil) (1,2);

- zinco – estudos mostram que a deficiência de zinco pode reduzir os níveis de T3 e T4, provavelmente porque ele é um co-fator da desiodinase II. Ele está presente na semente de abóbora, no gérmen de trigo, nos grãos integrais (arroz integral, feijão, lentilha, grãos de bico, aveia), no levedo de cerveja (1, 2);

- alimentos orgânicos – a alimentação convencional muitas vezes nos coloca em contato com excesso de agroquímicos e de metais pesados que aumentam muito o risco de aparecerem problemas na tireóide. Por isso, quanto mais orgânicos na alimentação, menor o risco desses distúrbios (1);

- evite contato com plásticos - além dos impactos ruins ao meio ambiente, o plástico é feito com componentes prejudiciais à saúde humana, como é o caso dos organoclorados (componentes dos PCBs -bifenis policlorados). Os organoclorados tendem a se acumular no organismo causando prejuízos como lesões na tireóide e redução na ação dos hormônios T3 e T4. Por isso, a recomendação é de evitar ao máximo o contato do plástico com alimentos, quer seja através de recipientes (preferir os de vidro ou cerâmica, por exemplo) ou mesmo de talheres (preferir os de inox, por exemplo) (3, 4).

Referências bibliográficas:
1. GOLDFEDER, R.T. Nutrientes, compostos bioativos e tireóide. CVPE, 2008
2. COZZOLINO, SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. Ed Manole, 2005.
3. PELLETIER, C. e col. Energy balance and pollution by organoclorines and polychlorinated biphenyls. Obes Rev. 4:17-24, 2003.
4. BAILLIE-HAMILTON, PF. Chemical toxins: a hypothesis to explain the global obesity epidemic. J Altern Complement Med. 8 (2): 185-92, 2002.

Mãe Terra

As dicas são boas, mas porque quase ninguém cita o consumo excessivo e cada vez mais aceito pela população, dos grãos de soja, como um dos fatores do aumento de doenças da tireóide?

A lecitina de soja, por exemplo, é ingrediente da maioria dos produtos industrializados. Há muitas pessoas (especialmente vegetarianos) que, ao abandonar o consumo de carne e laticínios, trocaram tais alimentos por soja - carne de soja, leite de soja, queijo de soja consumidos diária e compulsivamente - não conseguem alimentar-se e cozinhar sem usar um produto feito com soja!
Obviamente, há um grande incentivo para esse consumo, já que o Brasil é um dos principais produtores de soja - além dos alimentos para humanos, a soja entra na produção de ração para animais, ou seja, consumidores de carne também se alimentam dela!

Agora, vejam dois dos inúmeros artigos e pesquisas já publicados, alertando sobre o consumo excessivo de soja, como alimento principal e diário.

Excesso de soja pode ter efeitos indesejáveis na tireóide
FLÁVIA MANTOVANI
THIAGO MOMM PEREIRA
da Folha de S.Paulo - 03/08/2006

Além da falta de eficácia na reposição hormonal, Clapauch diz que a soja também não previne contra a osteoporose e que o seu consumo excessivo pode ter efeitos indesejáveis na tireóide. "Recebo muitas pacientes com diagnóstico de hipotireoidismo e que consomem muita soja." Ela não se opõe à soja como alimento, mas afirma que quem já tiver predisposição genética para hipotireoidismo não deve exagerar.

Qual é a dose máxima, então? Segundo os pesquisadores ouvidos pela Folha, não há uma quantia definida. "Depende de vários fatores, como a suscetibilidade e o peso de cada organismo. A dose que eu consideraria segura é de até 50 mg de isoflavona por dia, o necessário para trazer benefícios ao colesterol. O resto é exagero", diz Clapauch. Isso equivale, aproximadamente, a 200 g de tofu, 500 ml de leite de soja ou menos de 50 g do grão torrado.

Para o pesquisador neozelandês Mike Fitzpatrick, que fez vários estudos na área, é preciso definir justamente quais são as doses recomendadas para cada grupo.

Ele acredita que há um aumento exagerado do consumo de soja no mundo ocidental e lembra que a soja está "embutida em diversos produtos processados, como cereais, molhos e sobremesas --de acordo com ele, mais de 60% dos alimentos processados no Reino Unido contêm a leguminosa.

Fitzpatrick começou a investigar a soja a pedido de um casal cujos papagaios exóticos eram alimentados com preparados à base de soja. "Alguns ficaram doentes, morreram ou atingiram a maturidade sexual prematuramente ou tiveram problemas de tireóide. Decidimos pedir para um laboratório investigar", relatou à Folha Valerie James, dona das aves.

A nutricionista Lília Zago dos Santos, doutoranda da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), também recomenda o equilíbrio. "A soja tem grande valor nutricional. O que a gente indica é cuidado com o excesso, principalmente para quem tem problemas para absorver nutrientes." Isso por causa de compostos antinutricionais, que dificultam a absorção de minerais como ferro, zinco e cálcio. Quando a soja é cozida ou processada industrialmente, uma parte desses componentes é eliminada. "Mas não há 100% de inativação, e o pouco que fica pode comprometer a absorção, principalmente em pessoas susceptíveis, como crianças, gestantes e idosos. Não é bom abusar", diz Santos.

Câncer e colesterol

Um efeito tido como certo por vários pesquisadores é a redução do "mau" colesterol. De fato, os estudos mostram que a redução é real. Mas um artigo publicado em janeiro pela AHA (American Heart Association) na revista científica "Circulation" mostrou que essa redução, mesmo em quem come grande quantidade de soja, é muito pequena.

O artigo afirma ainda que "nenhum benefício relacionado ao colesterol HDL ["bom" colesterol], aos triglicérides (...) e à pressão arterial foi evidente." O artigo também questiona a função preventiva da soja em relação aos cânceres de mama, de endométrio e de próstata. De acordo com o oncologista Vladmir Cordeiro de Lima, do Hospital do Câncer, em São Paulo, não há evidências que comprovem essa vantagem. "Alguns estudos até mostram propriedades protetoras, mas não há provas sólidas disso."

Transgênicos

A soja é o único alimento transgênico regulamentado no Brasil. Sezifredo Paz, sanitarista veterinário consultor do Idec (Instituto de Defesa do Consumidor), diz que faltam estudos sobre o efeito desse tipo de grão e que "o que mais preocupa é o resíduo de glifosato", um agrotóxico, na soja transgênica.

Já o presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja do Estado do Mato Grosso), Rui Prado, afirma que a soja transgênica usa menos agrotóxicos do que a convencional. "A soja é uma lavoura muito "tecnificada". Por isso, não tem como errar nesses aspectos." Sobre os efeitos à saúde, ele diz conhecer apenas benefícios.

Para Mercedes Carrão Panizzi, pesquisadora da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), a soja acrescenta diversidade à alimentação. Ela faz, no entanto, uma ressalva: "Há centenas de trabalhos sobre soja. Alguns mostram que, em certas pessoas, não há efeitos."

Folha Equilíbrio

Alerta sobre a soja

A soja começou a ser utilizada como alimento durante a dinastia Chou (1134-246 AC), depois que os chineses aprenderam a fermentar os grãos de soja para produzir alimentos como missô e shoyu. Os orientais consomem alimentos de soja em pequenas quantidades, como condimento e não para substituir produtos animais. A maioria dos alimentos modernos de soja não são fermentados para neutralizar toxinas contidas nos grãos de soja e são processados de tal forma que as proteínas são alteradas e os níveis de cancerígenos aumentam.

* Inibidores de tripsina na soja interferem com a digestão de proteínas e podem causar distúrbios no pâncreas.

* Alimentos de soja aumentam a necessidade de vitamina D no organismo, porém a vitamina D sintética, acrescentada ao leite de soja, é tóxica.

* Os análogos à vitamina B12 na soja não são absorvidos e até aumentam a demanda de vitamina B12 no corpo.

* Alimentos de soja contém altos níveis de alumínio, que são tóxicos para o sistema nervoso e os rins.

* O processamento da proteína de soja resulta na formação de lisinoanalina tóxica e de nitrosaminas altamente cancerígenas. Durante o processamento, também é formado glutamato monossódico, MSG, um potente neurotóxico, e quantidades adicionais são acrescentadas a vários alimentos de soja.

* Altos níveis de ácido fítico na soja reduzem a assimilação de cálcio, magnésio e cobre, bem como a biodisponibilidade de ferro e zinco, necessários para a saúde e o desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso. O ácido fítico na soja não é neutralizado por métodos comuns, como deixar de molho, germinar e cozinhar por muito tempo. Alimentos que contém grandes quantidades de ácido fítico causaram problemas de crescimento em crianças.

* Megadoses de fitoestrógenos, no pó de soja para lactentes, são implicados no atual aumento do desenvolvimento sexual prematuro em meninas e no retardamento do desenvolvimento sexual em meninos. Fitoestrógenos na soja interferem na função endócrina e podem causar infertilidade e podem provocar câncer de mama. Vários estudos revelaram que a soja causa infertilidade em animais. O consumo de soja aumenta o crescimento de cabelo em homens de meia idade, indicando níveis reduzidos de testosterona. Tofu era consumido por monges budistas para reduzir a libido.

Fitoestrógenos na soja são potentes agentes antitireóides que causam hipotireoidismo e podem causar câncer da tireóide. Em nenês, o consumo de leite de soja foi associado a uma doença auto-imune da tireóide. Alimentos de soja podem estimular o crescimento de tumores relacionados ao estrógeno e causar problemas na tireóide. A baixa função da tireóide está relacionada a dificuldades na menopausa.

* Em animais, a alimentação com soja mostra que fitoestrógenos na soja são poderosos disruptores endócrinos. A amamentação com soja — que inunda a corrente sangüínea com hormônios femininos, que inibem a testosterona — não pode ser ignorada como possível causa de desenvolvimento alterado em meninos, incluindo o TDAH, transtorno no déficit de atenção e hiperatividade. Meninos expostos a DES, um estrógeno sintético, tinham testículos menores que o normal na fase de maturação.

* Nenês do sexo masculino passam por uma “onda de testosterona” durante os primeiros meses de vida, quando os níveis de testosterona podem atingir aqueles de um homem adulto. Durante este período, o nenê masculino está programado para desenvolver características masculinas na puberdade — não apenas no desenvolvimento dos órgãos sexuais e de outros traços físicos masculinos, mas também na determinação das características cerebrais do comportamento masculino.

* Nenês alimentados com leite de soja têm 13.000 a 22.000 vezes mais compostos de estrógeno no sangue do que nenês que recebem leite em pó comum. O nenê alimentado exclusivamente com mamadeira de soja, recebe diariamente o estrógeno equivalente a, pelo menos, cinco pílulas anticoncepcionais por dia.

* Quase 15% de meninas brancas e 50% de meninas afro-americanas mostram sinais de puberdade, como desenvolvimento dos seios e pêlo púbico, antes dos oito anos de idade. Algumas meninas mostram desenvolvimento sexual antes dos três anos de idade. O desenvolvimento prematuro de meninas foi relacionado ao uso de mamadeira de soja e à exposição a pseudo-estrógenos ambientais como PCBs e DDE.

* O consumo elevado de fitoestrógenos durante a gravidez pode produzir efeitos adversos no feto e, mais tarde, sobre o início da puberdade.

O FDA nunca aprovou a proteína isolada da soja como GRAS (Generally Recognized as Safe), devido à preocupação com a presença de toxinas e cancerígenos na soja processada.
_____
Fonte: Soy Alert!, Projeto da fundação Weston A Price, Washington, 1999

TAPS

domingo, 12 de junho de 2011

Contaminação de alimentos = falta de higiene


Ainda surfando na onda da E. coli que, supostamente, contaminou vegetais na Alemanha e causou óbitos, fui pesquisar no Almanaque de Bichos que dão em Gente, da jornalista Sonia Hirsch, sobre a bactéria da moda.
Leiam o que encontrei lá sobre ela:

"Nos intestinos mora uma quantidade incalculável de bactérias.
Basta dizer que um dedal de matéria intestinal, pesando apenas um grama, contém dez trilhões de micróbios.
Agitadíssimos, por sinal. Alguns até fabricando vitamina K e B, como a Escherichia coli, a bactéria mais popular da modernidade. Sabe-se mais detalhes sobre a biologia molecular da E. coli (não confundir com Entamoeba coli, uma ameba que também se abrevia E. coli) do que sobre qualquer outro organismo, inclusive humano.
É que ela é muito fácil de reproduzir - em 20 minutos vira duas - e na biotecnologia industrial usa-se E. coli para várias coisas, inclusive produção de enzimas.
Habita normalmente o intestino grosso, só quando se desenvolve no intestino delgado ou passa para uretra, bexiga ou rins é que precisa ser combatida. O organismo reage logo, aumentando as secreções e produzindo febre, e se estiver sadio, pode combater a infecção. Mas o que se teme numa infecção persistente é que ela se torne generalizada, comprometendo o sangue e todos os tecidos; por isso ser recorre aos antibióticos, que matam esta ou aquela bactéria.

(...) Carnívoros hospedam mais bactérias do que vegetarianos.
Pseudomonas. Acinetobacter e Moraxella são bactérias de putrefação para quem a carne diz: Comei e multiplicai-vos. Microrganismos que podem causar intoxicações estão sempre presentes - Clostridium perfringens em carnes que não foram cozidas, guardadas ou reaquecidas na temperatura certa. (...) Outras bactérias que podem criar problemas em carnes contaminadas ou malcozidas são: Salmonella, Escherichia coli, Campylobacter jejuni e Listeria monocytogenes. Importante: nenhuma delas nasce da carne, todas são adquiridas no manuseio.

(...) E. coli O157:H7, a bactéria da vez

A Escherichia coli se subdivide em muitos grupos. O caso dessa cepa de código O157:H7 é pitoresco. Dizem os entendidos que ela foi infectada por um vírus bacteriano que conseguiu enfiar seu próprio DNA no cromossomo dela. A partir daí, cada vez que ela se dividia, as bacterinhas seguintes já nasciam com o DNA do vírus em seu código genético. Por isso é que ganharam série e número.
E até aí, tudo bem. O problema é que a presença do vírus gera uma toxina protéica que devasta as células da parede interna do intestino, provocando a diarréia hemorrágica que pode ser fatal para crianças, idosos e pessoas debilitadas.
Em 97, nos Estados Unidos, uma fábrica de hamburguer teve que recolher 12 mil toneladas de carne porque vários lotes estavam contaminados pela E. coli O157:H7; toda a carne da fábrica foi destruída e a empresa fechou.
Para prevenir infecções, limpe muito bem os pratos e utensílios que tiveram contato com a carne crua e lave as mãos depois de mexer com ela."

Da Wikipédia:

"Cada pessoa evacua em média, com as fezes, um trilhão de bactérias E. coli todos os dias.
A presença da E. coli em água ou alimentos é indicativa de contaminação com fezes humanas (ou mais raramente de outros animais). A quantidade de E. coli em cada mililitro de água é uma das principais medidas usadas no controle da higiene da água potável municipal, preparados alimentares e água de piscinas. Esta medida é conhecida oficialmente como índice coliforme da água.

A estirpe de E. coli que existe normalmente nos intestinos de um determinado indivíduo é bem conhecida e controlada pelo seu sistema imunológico e raramente causa problemas, exceto quando há debilidade do indivíduo. A maioria das doenças é devido a E. coli vindas de indivíduos diferentes e portanto de estirpe diferente, não reconhecida pelos linfócitos. As intoxicações alimentares em particular são quase sempre devidas a bactérias de estirpes radicalmente diferentes."

Depois de ler os textos e unindo ass informações às encontradas na mídia sobre o caso na Alemanha, cheguei às seguintes conclusões:

1) a E.coli é encontrada na carne contaminada e ali instala-se durante o manuseio; pode também chegar aos vegetais, quando são lavados com água contaminada;

2) as vítimas tiveram diarréia hemorrágica e eram idosos, o que me levou a supor que poderia ser ação da bactéria E. coli O157:H7 ("... provocando a diarréia hemorrágica que pode ser fatal para crianças, idosos e pessoas debilitadas");

3) mas já foi identificada outra cepa, como a causadora: "Surto de E. coli O104:H4 de 2011 é um surto decorrente de contaminação bacteriológica com uma estirpe enterohemorrágica de E. coli que começou na Alemanha" (Wikipédia - surto de 2011);

4) foram apontados vários vegetais como os causadores da contaminação: pepino, alface, tomate, brotos de feijão - todos descartados, porteriormente;

5) em resumo: seja qual for a fonte da contaminação, o mais importante é a questão da higiene que se deve ter ao manusear, consumir e armazenar alimentos, sejam eles orgânicos ou convencionais;

6) mas, quando comemos fora, como ter certeza de que os alimentos são devidamente higienizados antes de chegar às nossas mãos? esse é um dos motivos pelos quais prefiro comer em casa, cozinhar a minha comida...

Atualizando:

Evidências de que a E. coli encontrada na Europa é produto de bioengenharia - resistente a 8 antibióticos, praticamente, impossível de ser "natural"

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Nunca é demais recordar...


Agora que a higienização de alimentos está na berlinda, aproveite para reler esses dois posts relacionados com o tema e não esquentar a cabeça com o consumo de vegetais:


Higienização de alimentos

Contaminação dos Alimentos: cuidado!

Escherichia coli na Europa


A primeira vítima foi o pepino espanhol, posteriormente inocentado... agora é o broto de soja! Os pesquisadores vazam informações para a midia antes de obterem resultados finais, o que está causando pânico, fazendo as pessoas não comprarem vegetais e levando os produtores a jogar no lixo sua produção, o que gera grandes e desnecessárias perdas.

Deve estar havendo uma enorme pressão para que divulguem qualquer informação ao público - informação incorreta que mais confunde do que esclarece...

A reputação da alimentação orgânica e crua vai sair bastante lesada dessa confusão! E saberemos, realmente, qual a fonte da disseminação?

Sabe-se que mesmo os vegetais orgânicos devem ser higienizados antes do consumo, bem como as mãos de quem os manipula na cozinha - aliás, requisito básico para preservar a saúde: higiene!

Atualizando:

Se falar aqui que esse episódio pode ser uma jogada de mercado, movida pelo agronegócio e pela indústria alimentícia, posso ser rotulada de paranóica... mas a Alemanha é palco ideal, como grande consumidora de vegetais orgânicos e crus, para instalar o pânico e reduzir ou paralisar o consumo - há pouco vi o noticiário na tv, onde pediam aos alemães para não consumirem alface, tomate e pepino... mostravam feiras na Alemanha, vazias, com as bancas abarrotadas de lindos vegetais, ignorados e que, possivelmente, serão jogados no lixo.
"Identificaram" a bactéria numa fazenda que produz brotos, apesar do dono afirmar que não usa fertilizantes nem tem animais por perto (que seriam os veículos transmissores da E. coli).

Atualizando 2:

Leiam esse explicativo texto do dr. Alberto Gonzales, que também pensa que "o que ocorre na Alemanha é uma campanha vergonhosa contra os alimentos naturais, orgânicos e vivos. Toda acusação de hortaliças, pepinos e dos brotos de sementes germinadas é improcedente."

Calúnia contra os alimentos crus

domingo, 5 de junho de 2011

Preservação do Meio Ambiente: como colaborar na cozinha

                                                                                        (Casa e Jardim)

Hoje, 5 de junho,comemora-se mais um Dia Mundial do Meio Ambiente - não vejo muito a ser "comemorado" pois uma grande fatia da população ainda não se deu conta do estado lamentável que se encontra nosso planeta e muito menos de que somos nós, humanos, os principais responsáveis pela bagunça, deterioração, exploração desenfreada e até pela crescente ameaça de extinção de muitas das nossas riquezas, como a água potável.

Mas, seguindo a visão de que nunca devemos desistir de tentar mudar situações negativas e revertê-las, agindo e estimulando que outros também ajam de forma positiva, vamos listar atitudes que podem ser tomadas com relação à cozinha, o lugar privilegiado que esse blog reverencia:

* a limpeza pode ser feita com produtos de fabricação caseira e o ideal é usar o menor número deles - é possível lavar a louça e faxinar fogão, pia, armários, azulejos etc usando apenas um pano, sabão ecológico, o mínimo de detergente biodegradável e álcool. Para receitas e maiores detalhes, vejam o post A faxineira ecológica.

* economizar ao máximo a água que sai da torneira - nunca deixá-la aberta por muito tempo, ensaboar a louça, em primeiro lugar, numa bacia e depois enxaguar sob a torneira. A água potável é um bem precioso!

* comprar alimentos orgânicos, pois além de manter a saúde de quem os consome, aumenta a demanda e colabora para que, um dia, os agrotóxicos sejam eliminados da agricultura. Quando não houver mais consumidores interessados em comprar comida envenenada, obviamente, ela não terá motivos para ser produzida...

* manter a geladeira e o fogão limpos e em bom estado, pois assim eles funcionarão perfeitamente, consumindo menos gás e energia elétrica (essa recomendação também serve para outros aparelhos utilizados na cozinha, como liquidificador, processador etc).
Cozinhar com as panelas semi ou totalmente tampadas e com fogo baixo também ajuda a economizar combustível.

* aproveitar todas as partes dos vegetais, como talos, raízes, flores, saindo do lugar comum - por exemplo, além de consumir as raízes das cenouras, o que é comum, utilize também a rama delas, que, inclusive, possui mais nutrientes do que a raiz.

* procurar comprar alimentos da estação e que foram produzidos na sua região ou próximos a ela - isso economiza no transporte e também estimula a economia local, além de que vegetais "forçados" a brotar fora de época custam mais caro e não têm o mesmo sabor daqueles que seguem as regras da Natureza no seu plantio e colheita.

* separe o lixo orgânico e o não-perecível - se houver possibilidade, faça compostagem com o orgânico - a reciclagem tem que tornar-se um hábito que veio para ficar!

* abandone o consumo da carne - além do sofrimento do animal que morre para ir à mesa, a pecuária causa prejuízos ao ambiente, como o desmatamento para criar áreas para manter o gado.
Não esquecer que esse desmatamento também ocorre para abrir espaço para plantações, principalmente, de soja, que entra na formulação das rações para alimentar o gado e também como prato principal na dieta da maioria dos vegetarianos.

* o leite e os ovos que são produzidos pelos animais também são colhidos de forma cruel - as galinhas são confinadas em espaços reduzidos e nem sabem mais o que é ciscar a terra e as vacas fornecem seu leite pela ação de máquinas que as sugam sem piedade. Mas ainda existem pequenos produtores que estimam seus animais e os tratam com dignidade - pesquise com atenção, antes de comprar ovos ou laticínios.

* plante ervas e temperos em vasinhos nas janelas ou num canto da pia, faça seus próprios brotos e germinados, coloque sua marca nas refeições que produz e muito amor, pois a comida feita sem emoção não alimenta a alma e pode causar danos ao corpo!

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Manteiga ou margarina?


Esse post foi motivado pela pergunta de uma leitora: preferes o uso de manteiga ou margarina?
Resumidamente: margarina, nem pensar... manteiga, muito ocasionalmente, produzida por pequenos produtores e orgânica. No cotidiano, opto por pastas feitas com ingredientes diversos, como o tahine.

Fórmula da margarina
"Uma medida de gordura vegetal hidrogenada (que também produz colesterol) e outra de ácido sulfúrico neutralizado com um pouco de soda cáustica Tudo isso é aquecido a 150º, enriquecido com ácido benzóico (usado como fungicida em várias afecções da pele), ácido butil-hidroxianisol e butil-hidroxitolueno (pode tornar-se explosivo), galato de propila,leite de vaca (com gordura e tudo), galato de duodecila e sal refinado. Tudo isso é acrescido de corantes artificiais e aromatizantes F-I e F-IV,conservadores P-I e P-IV, ambos bastante tóxicos e ainda acrescido de antioxidantes, princ o BHA,o BHT e tocoferóis. Além disso acrescenta-se cerca de 20.000 unidades de vitamina A sintética em cada parte de gordura vegetal hidrogenada (qdo a necessidade diária de um ser humano adulto não passa de 5.000 unidades internacionais de protovitamina A natural)".
FONTE: Livro de Bolso da Medicina Natural - Marcio Bontempo - 8a. edição.

Mesmo sendo espinafrada (talvez como marketing da concorrente)  pelo teor de gordura e como causadora de colesterol ruim, a manteiga causa menos mal que a sua "imitação vegetal", se for consumida em pequenas porções, de vez em quando; depois de ler essa fórmula, alguém se atreve? Sem esquecer que a maioria das marcas de margarina contém leite, logo, não é uma "opção vegetal"...

Qual é a diferença entre margarina e manteiga?
Texto de autoria do dr. José Geraldo Ferreira Gonçalves - Instituto de Patologia Clínica Hermes Pardini


"Ambas têm a mesma quantidade de calorias.


A manteiga:

Tem um pouco mais de gorduras saturadas - 8 gramas contra 5 gramas.

Comer margarina pode aumentar em 53% a incidência de doenças cardíacas em mulheres, quando consumida na mesma quantidade que manteiga, segundo um estudo recente da universidade de Harvard.

Comer manteiga aumenta a absorção de muitos nutrientes presentes noutros alimentos.

A manteiga traz mais benefícios nutricionais, enquanto o pouco que a margarina traz lhe foi adicionado!

A manteiga é muito mais saborosa que a margarina e pode melhorar o sabor de outros alimentos.

A manteiga existe há séculos e a margarina há menos de 100 anos.

Agora, sobre a margarina:

Tem teor altíssimo de ácidos graxos tipo trans.

Triplica o risco de doenças coronárias.

Aumenta o nível de colesterol total e o de LDL (o "mau" colesterol).
Reduz o nível de colesterol HDL (o "bom" colesterol).

Aumenta em cinco vezes o risco de câncer.

Reduz a qualidade do leite materno.

Deprime a resposta imunológica.

Reduz a reação insulínica.

E eis o fato mais perturbador...

AQUI É QUE FICA INTERESSANTE!

A diferença entre o plástico e a margarina é de apenas UMA MOLÉCULA... Basta isso para evitar por toda a vida a margarina e tudo o que for hidrogenado (isto significa que acrescentaram hidrogênio, mudando a estrutura molecular da substância).

Você pode experimentar por si próprio. Compre uma embalagem de margarina e deixe-a aberta na sua garagem ou algum lugar sombreado.
Em poucos dias você vai notar duas coisas: nenhuma mosca (nem aquelas terríveis mosquinhas das frutas) vai chegar perto dela (isso deveria lhe dizer alguma coisa)... Não vai apodrecer nem ficar com cheiro esquisito!

Como não tem nenhum valor nutritivo, nada crescerá nela, nem mesmo aqueles microrganismos minúsculos encontrarão ali um lar para viver. Por quê? Porque é quase plástico.

Você derreteria os seus potes de plástico para passar no pão?"

TAHINE é uma pasta muito saborosa obtida pela moagem das sementes de gergelim. Substitui com vantagem a manteiga ou a margarina e também serve de base para inúmeras receitas de patês.
Uma receita clássica que usa o tahine:

HOMUS (pasta de grão-de-bico)

Ingredientes
1/2 pacote de grão-de bico
suco de 2 limões médios
1 colher de sopa rasa de sal marinho
4 dentes de alho socados
3 colheres de sopa rasas de tahine

Como fazer

Deixe o grão-de-bico de molho de um dia para outro. Depois, cozinhe-o deixando cerca de 15 minutos em água fervente. Escorra a água, reservando uma xícara desta água. Esfregue os grãos, uns contra os outros, removendo o máximo possível das cascas. Use um multiprocessador e bata os grãos, o limão, o alho e parte da água do cozimento. Se ficar muito denso, acrescente mais água do cozimento ou água fria.

Outras sugestões: Dips: que delícia!